Ninguém capturou de modo tão autêntico a
cultura queer na África do Sul como Zanele Muholi. Na fotografia, vê o ensejo de contar
histórias reais, sem filtros, onde a visibilidade da comunidade negra LGBT+ocupa
o lugar de destaque. Nobody can teel our story better than ourselves,
diz no guia de apresentação da sua exposição, patente no Museu de Arte Moderna
de São Francisco, nos Estados Unidos da América. De facto, Muholi encontra na experiência
pessoal a inspiração necessária para conceber arte, presenteando-nos recentemente
com a Zanele Muholi: Eye Me, a mostra que está disponível de 18 de
janeiro a 11 de agosto de 2024, e que conta com a curadoria de Shana Lopes,
Erin O’Toole e Sally Martin Katz. Falamos de mais de cem fotografias que, pelo
meio, abrigam pinturas e esculturas de expressões ousadas e intimistas. Esta,
que é a primeira exposição da ativista visual na Costa Oeste, destaca-se pela
intimidade alcançada em cada rosto e pormenor, potencializada pela
sensibilidade de quem pela lente controla a câmara. Quando existe essa
predisposição e se alcança a autenticidade do olhar, dos gestos e daquilo que
as palavras não dizem, abre-se caminho para uma exposição comovente como esta,
com obras que não perdem a atualidade.
Na hora de a contemplar, existe uma sequência a ter em conta. Divididas em séries, as fotografias assumem anos e motivos diferentes. Only Half the Picture é uma viagem até aos municípios de África do Sul, onde são documentados crimes de ódio contra sobreviventes queer. Brave Beauties destaca imagens de mulheres transgénero e não-binárias empoderadas. As poses incitam análises corporais que, lidas corretamente, fomentam conclusões interessantes. Outra série é a Faces and Phases de Muholi. Cada fotografia é um retrato a preto e branco, onde os modelos dão voz a uma comunidade que deseja passar o seu testemunho ao mundo. A presente etapa inclui um vídeo onde os participantes partilham as suas histórias de vida. Somnyama Ngonyama é o último conjunto de imagens, particular por aproximar o público à vida de Zanele.
Eye Me é a mostra que ensina a olhar de dentro para fora, e não de fora para dentro – como impelem os estereótipos. Questionamo-nos, agora: quantas vidas caberão numa fotografia?
Na hora de a contemplar, existe uma sequência a ter em conta. Divididas em séries, as fotografias assumem anos e motivos diferentes. Only Half the Picture é uma viagem até aos municípios de África do Sul, onde são documentados crimes de ódio contra sobreviventes queer. Brave Beauties destaca imagens de mulheres transgénero e não-binárias empoderadas. As poses incitam análises corporais que, lidas corretamente, fomentam conclusões interessantes. Outra série é a Faces and Phases de Muholi. Cada fotografia é um retrato a preto e branco, onde os modelos dão voz a uma comunidade que deseja passar o seu testemunho ao mundo. A presente etapa inclui um vídeo onde os participantes partilham as suas histórias de vida. Somnyama Ngonyama é o último conjunto de imagens, particular por aproximar o público à vida de Zanele.
Eye Me é a mostra que ensina a olhar de dentro para fora, e não de fora para dentro – como impelem os estereótipos. Questionamo-nos, agora: quantas vidas caberão numa fotografia?