É no largo do Chiado que reside uma das lojas
de charutos mais antigas do mundo. Desde 1864 que vê passar a vida do centro lisboeta,
reunindo um verdadeiro legado dentro de portas. Sim, esta é a tabacaria dos
clássicos de literatura portuguesa, que serviu de cenário a livros ilustres e
de morada ao primeiro telégrafo público da cidade. Não é por acaso que a Casa
Havaneza é considerada um monumento de interesse nacional.
Comercializar um puro cubano em pleno coração de Lisboa foi ideia de François Caen e Charles Vanderin, dois belgas que abriram loja ao público em data imprecisa. A contagem dos anos da casa é feita a partir de 1864, ano em que Henrique Burnay assume a gerência e faz despoletar o negócio. Faltava quase meio século para nascer A Brasileira, mesmo ao lado, e Portugal era, então, outro país. O Chiado pertencia à elite e aos intelectuais. Era, de facto, o Chiado d’Os Maias, que Eça de Queirós chegou a retratar: «A uma esquina, vadios em farrapos fumavam, e na esquina defronte, na Havanesa, fumavam também outros vadios, de sobrecasaca, politicando». Como Eça, também Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e José Cardoso Pires se inspiravam na tabacaria para cenários de escrita. Hoje, a esquina da Havaneza já não é um encontro de política, embora continue a atrair gente de todo o lado com os famosos charutos cubanos, o core business da casa.
Uma das lojas de charutos mais antigas do mundo
Comercializar um puro cubano em pleno coração de Lisboa foi ideia de François Caen e Charles Vanderin, dois belgas que abriram loja ao público em data imprecisa. A contagem dos anos da casa é feita a partir de 1864, ano em que Henrique Burnay assume a gerência e faz despoletar o negócio. Faltava quase meio século para nascer A Brasileira, mesmo ao lado, e Portugal era, então, outro país. O Chiado pertencia à elite e aos intelectuais. Era, de facto, o Chiado d’Os Maias, que Eça de Queirós chegou a retratar: «A uma esquina, vadios em farrapos fumavam, e na esquina defronte, na Havanesa, fumavam também outros vadios, de sobrecasaca, politicando». Como Eça, também Ramalho Ortigão, Guerra Junqueiro e José Cardoso Pires se inspiravam na tabacaria para cenários de escrita. Hoje, a esquina da Havaneza já não é um encontro de política, embora continue a atrair gente de todo o lado com os famosos charutos cubanos, o core business da casa.
Uma das lojas de charutos mais antigas do mundo