Villas&Golfe Angola
· Setor do Imobiliário · · T. Cristina Freire

Raízes Cruzadas

Exportar Angola para o mundo

PMMEDIA Pub.
F. PMC
Criar em Angola para exportar para o resto do mundo é uma das finalidades da empresa Raízes Cruzadas, criada por Paula Tavares, uma empreendedora que se deixou encantar pelas incontáveis formas que se pode dar à madeira. Portuguesa de nascimento e angolana de coração, tem tido, ao longo de 30 anos de vivência no país africano, vários projetos que revelam ambientes confortáveis, onde o luxo é manifestado na autenticidade das peças esculpidas pelas mãos experientes dos artesãos.  

Assume-se como autodidata, embora Paula Tavares tenha frequentado, em Lisboa, a Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, uma escola técnica direcionada às artes decorativas, onde aprendeu as bases que juntou ao gosto pelo design de interiores, como nos revela: «A criação de mobiliário e a decoração foram sempre o meu trabalho e como sinto uma grande relação com a madeira e outros materiais nobres, disponíveis no mercado angolano, como a pedra, aliada à habilidade dos artesãos locais, não hesitei perante a hipótese de estabelecer, em Luanda, uma pequena indústria que transforma estas matérias-primas em peças únicas». Assim nasceu a Raízes Cruzadas onde se produz mobiliário e objetos de decoração que servem para habitações, hotéis, restaurantes ou, simplesmente, para oferecer a alguém. 

«Todas as nossas peças viajam com a frase made in Angola»

Para chegar ao ponto de excelência, houve um longo caminho a percorrer: «Muitos dos artesãos, que hoje são extraordinários no fabrico das nossas peças, chegaram com pouca experiência para trabalhar, essencialmente, a madeira. Toda a técnica mais específica foi ensinada por mim, e, ainda hoje, a formação se mantém, porque há sempre algo mais para aprender», salienta Paula Tavares, a mentora da carpintaria, como carinhosamente chama a este lugar que cheira a madeira acabada de cortar. E acrescenta que «não são só mestres em madeira ou pedra de que precisamos para a nossa indústria, são necessários também estofadores, costureiros e outros profissionais com valências inerentes ao fabrico das peças que produzimos. Em Angola, ainda não há grande disponibilidade de escolas com formação técnica nestes ofícios». No entanto, 20 anos depois de abrir as portas, o espaço onde se fabricam peças angolanas genuínas mantém em trabalho constante 23 artesãos autóctones, na maioria jovens que já dominam, na perfeição, a arte de esculpir ou entalhar a madeira, dando forma a cadeiras, mesas, aparadores e outras peças que já caminham pelo mundo fora. «Os clientes da Raízes Cruzadas estão em muitos países, como Portugal, Espanha, França, Brasil, e também vamos exportar para os Estados Unidos da América. Todas as nossas peças viajam com a frase made in Angola e é um orgulho quando percebo que são consideradas e valorizadas por quem as compra e recomenda a amigos ou a outros empresários que buscam peças étnicas e únicas», conta a designer e decoradora.

«Para chegar ao ponto de excelência, houve um longo caminho a percorrer»

A matéria-prima utilizada para a produção dos objetos é essencialmente a madeira, e este recurso, cada vez mais em perigo de extinção, principalmente em África, é resultante de troncos velhos, raízes, limpeza de árvores ou comprado a madeireiros que garantam a reflorestação com árvores de crescimento rápido. Paula Tavares confessa que o seu fascínio pela madeira está à vista em todas as peças que idealiza: «Não gosto de trabalhar a madeira em demasia, prefiro mostrá-la em cru, o seu veio é muito bonito, por isso não utilizo velaturas sintéticas, deixo a madeira naturalmente à vista, porque a sua beleza é única; muitas vezes, é tão majestosa que não precisa de elaboração». 
Nesta empresa, que leva a outras geografias peças de mobiliário e de decoração produzidas em Angola, cruzam-se técnicas artesanais com design inovador e idealiza-se um futuro promissor. Segundo Paula Tavares, «vamos continuar a investir no conceito Raízes Cruzadas que tanto agrado tem causado aos nossos colaboradores e clientes. 

«Faremos um investimento carregado de coragem neste tempo inóspito»

Continuaremos a transformar espaços em locais mais aprazíveis e a criar conforto. Faremos um investimento carregado de coragem, neste tempo inóspito que vivemos no mundo inteiro e que nos condiciona, pois não podemos baixar os braços». E assim, as peças de decoração manufaturadas por mãos experientes dos colaboradores desta carpintaria, preenchida de sorrisos, vão continuar a cruzar fronteiras, levando ao mundo um pouco das raízes angolanas. 

F. Direitos Reservados
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T. Cristina Freire