Quando abriu, em 1828, no 228 da rue de Rivoli, em Paris, foi considerado «o novo templo de beleza». Pierre-François-Pascal Guerlain havia lutado muito por aquele momento. Tinha passado os últimos onze anos a solidificar as bases do seu sonho. Natural de Abbeville, o curioso e mais novo filho da família anunciou aos pais que queria emancipar-se e tornar-se perfumista em Paris. Assim, aos 19 anos, com os valores apreendidos no seio familiar, exigência, rigor e coragem, deixou a loja de especiarias do pai, um «berço de aromas» que esteve sempre presente nas suas criações. Tornou-se caixeiro-viajante e comerciante para grandes casas de perfumaria da época. Em 1818, firmou um contrato com a Casa Briard. O seu trabalho consistia em apresentar e vender os produtos cosméticos. A partir de 1824, prosseguiu a sua aprendizagem nas empresas Dissey e Piver. Pierre-François-Pascal Guerlain fez numerosas viagens a pé, a cavalo e por vezes em diligência. Percorreu a França e a Europa de lés a lés, visitando confeiteiros (aos quais vendia baunilha), cabeleireiros, perfumistas, merceeiros, papeleiros, vendedoras de modas (a quem propunha essências, sabonetes, pomadas, óleos, pentes).
«Há cinco gerações que a mulher é uma musa para a Guerlain»
«Há cinco gerações que a mulher é uma musa para a Guerlain»