Villas&Golfe Angola
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Andrea Machado

«Só posso perspetivar uma transição geracional sabendo que dou o meu melhor e deixo um país mais seguro»

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Através do exercício ético da profissão e da educação que transmite à sua pequena Allegra, Andrea Machado luta todos os dias por uma terra melhor, mais igualitária. De raízes angolanas e signo Aquário, considera ser resultado da educação que recebeu, valorizando a disciplina e o trabalho, sem nunca esquecer o que realmente importa: a família. Andrea formou-se em Business Economics, na Universidade de Salford, e atualmente«A história da minha vida é um pouco do que sou» dedica-se ao negócio automóvel na COSAL, como managing director. Guarda no seu íntimo um desejo que a move, assente na criação de um lugar melhor para a sua filha e para as gerações vindouras. Se é possível? Só Andrea Machado nos dirá, mas sempre se ouviu dizer que o que tem de ser tem muita força.

Caracterize a Andrea Machado.
As pessoas é que têm algo a dizer, não deveria ser propriamente eu a falar de mim, até porque se torna difícil. Mas, bem, sou do Huambo, angolana e do signo Aquário. Filha primogénita dos meus pais, tenho duas irmãs de duas maravilhosas mulheres e sou mãe da Allegra. Como angolana, tenho seguido uma dinâmica de vida atendendo às adversidades da mesma. Tal como muitos, faço a minha parte. Cada vez mais, dou o meu melhor, no sentido de tornar a minha terra um lugar mais igualitário para todos. 

Com o que mais gosta de ocupar os seus tempos livres?
Primeiro, trato de fazer o enquadramento do que são as minhas obrigações e os meus deveres. E, neste seguimento, tenho a minha família em primeiro lugar, ao contrário do que pode ser entendido. A família é a base dos nossos interesses, e é aí onde devolvo todos os meus interesses pessoais e recolho o melhor de mim, sobretudo, a partir da minha filha Allegra, que é o meu encanto. 

Partilhe com a V&G um pouco da sua história de vida. 
Tenho muito respeito por vocês e é uma honra poder partilhar um pouco de mim convosco, visto que, naturalmente, são muitas as pessoas ilustres que passaram por vós, e cuja dimensão não é a minha. A história da minha vida é um pouco do que sou, partindo dos meus pais, caracterizados por serem extremamente exigentes. Sou assim porque cresci nesse ambiente. Mas não há culpas, pelo contrário, sou grata pelos extremos e por optar ser esse produto de equilíbrio, a que sempre me propus. Esta intensão trato de transmitir à Allegra. Quanto à vertente académica, realizei a primária no Huambo e o secundário em Portugal. Formei-me em Business Economics, na Universidade de Salford, em Manchester, e tenho feito várias formações no domínio Executivo na London Business School. Sou membro fundador e a primeira Chapter Chair da Young Presidents’ Organization (YPO), em Angola, o que também tem contribuído para a minha formação.

«A história da minha vida é um pouco do que sou»

Dedica-se, há alguns anos, ao universo da COSAL. Fale-nos um pouco da sua atuação.
Em primeiro lugar, é necessário que saibam o que é a COSAL. Parece-me necessário e legítimo que se diga que a COSAL nasceu de uma vontade de expansão comercial já desde os anos 60, também por parte do meu pai, sendo mais tarde refundada e dinamizada pela minha mãe e pelos seus sócios. Não me considero, nem sou, fenómeno de transição geracional. Não escolhi, fui escolhida para fazer parte de um projeto de dimensão familiar. No entanto, devido à minha formação académica e a outros agregados circunstanciais, acabei por incorporar o «Task Force Executivo» do grupo. E, nesta condição, trato sempre de somar valores de crescimento global da empresa. 

Que características precisa de reunir uma boa managing director?
Espírito de missão, valores, ecletismo necessário e humanismo. 

Considera que, há 15 anos, havia o predomínio do género masculino na atividade do ramo automóvel?
Há 15 anos e nos dias de hoje. Penso que está enquadrado nas dinâmicas e realidades do universo da evolução humana. À medida que formos mais desenvolvidos, estaremos mais próximos de nos tornarmos iguais. 

«Vivo num país em que a titularidade de setores exponenciais é também assumida por mulheres»

E hoje, sente que a igualdade de género nas profissões já é assegurada em Angola?
Não há igualdade. De facto, a história da humanidade tem narrativas coincidentes com a história da desigualdade, das quais não discordo. No entanto, sou e vivo num país em que a titularidade de setores exponenciais é também assumida por mulheres. Penso que o exercício de cargos deve ser desempenhado pelos mais competentes, com base na meritocracia. Não me revejo no reconhecimento derivado de políticas de enquadramento. 

Complete. Ser mulher é ser...
Mãe da Allegra e companheira do pai da Allegra. 

Num futuro próximo, o que deseja para o país?
Para o meu país desejo o que for melhor e mais feliz para a Allegra e para a sua geração. Só posso perspetivar uma transição geracional sabendo que dou o meu melhor e deixo um país mais seguro. Faço a minha parte. 

Celebramos o 13.º aniversário da Villas&Golfe, em Angola. O que representaram, para si, estes últimos anos na sua vida e no país?
Tal como eu estive numa fase de crescimento, aprendizagem e amadurecimento, que correspondeu simultaneamente ao nascimento da minha filha, também o país entrou numa fase de renascimento e reconstrução. Tenho muito orgulho no contributo do nosso grupo familiar neste período particularmente intenso da história de Angola. Foram 13 anos de muita resiliência.
T. Joana Rebelo
F. Direitos Reservados