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Desflorestação

Moldar o setor alimentar às necessidades do meio ambiente

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Uma floresta silenciosa, sem lobos, linces ou ninhos de pássaros. Um espaço verde sem verde, ou amarelo, ou azul, uma floresta sem vida. É este o resultado da desflorestação: a morte. A Amazónia, a maior floresta tropical do mundo, contem aproximadamente 10% da biodiversidade do planeta Terra, mas desde há 50 anos que perdeu 20% do seu território, estando constantemente em alerta devido à desflorestação. Na Indonésia, três espécies de orangotangos estão em risco de extinção, fruto da desflorestação. No ano passado, a World Wide Fund for Nature(WWF) relatou que aproximadamente 43 milhões de hectares de floresta foram perdidos a nível mundial, entre 2004 e 2017, graças à desflorestação. Os cientistas temem que este problema dê lugar à próxima pandemia, uma vez que pode desencadear a propagação de doenças infeciosas. Segundo o estudo Proceedings of the National Academy of Sciences, entre 2003 e 2015, o aumento anual de 10% da perda de floresta originou o aumento de 3% dos casos de malária. Começando a tomar proporções incontroláveis, de ano para ano, o mundo viu-se obrigado a descruzar os braços. A mudança surgiu dos números exorbitantes e alarmantes que a imprensa comunicava ao mundo, dos discursos de cientistas, presidentes e ambientalistas, surgiu do medo pelo futuro e do risco de as gerações vindouras viverem num mundo sem cor e inundado de doenças.

Europa é um dos principais motores de desflorestação
A sustentabilidade começou, assim, a fazer parte da realidade das marcas, tornando-se uma condição necessária para o cliente e um requisito obrigatório no serviço e produção das empresas. O esteticamente bonito já não é suficiente, visto que a composição do produto pode ser enganadora e, por isso, informar de onde e como é um dever da empresa e um direito do consumidor. A importação de produtos como soja, óleo de palma, madeira, cacau e café colocam a Europa como um dos principais motores de desflorestação mundial e, como resposta, o setor alimentar tem adotado uma postura mais consciente. A marca Nestlé, por exemplo, comprometeu-se a trabalhar com óleo de palma de forma mais sustentável. O produto, bastante utilizado pela empresa, consiste num óleo extraído do fruto de uma palmeira, que normalmente vive entre 28 e 30 anos. Já a Danone começou a racionalizar a soja, a polpa de madeira, utilizada para as embalagens, e o óleo de palma. Tal como elas, existem outras marcas como Reckitt Benckiser e Procter & Gamble. O próprio consumidor também se teve de adaptar.

O equilíbrio do meio ambiente depende da alimentação mundial
O equilíbrio do meio ambiente depende da alimentação mundial, e não foi há muito tempo que se começou a ouvir falar das future foods. Este termo corresponde ao pilar da inovação e da adaptação e é a nova realidade do setor alimentar. Têm-se unido esforços para desenvolver alimentos e bebidas simultaneamente saudáveis e sustentáveis, através da exploração de novas formas de produção, assim como o envolvimento de outro tipo de agentes, desde especialistas a produtores com evidentes práticas sustentáveis. As marcas têm caminhado no sentido de apresentar um maior leque de soluções sustentáveis e de fácil acesso a todos, jogando com o walk the talk para tocar no coração da humanidade, poupando a natureza de mais sofrimento.
T. Joana Rebelo
F. WWF