Nascido em Alvarenga, numa casa sem eletricidade e sem água canalizada, no seio de uma família rural, Fernando Mendes Teles, um dos mais novos de oito irmãos, chegou a Angola com 14 anos, a convite do mais velho, em 1966. A partir daí o seu percurso profissional ficou marcado, entre outros trabalhos, pela passagem por várias instituições financeiras. Com um bacharelato em Contabilidade e Administração e licenciatura em Gestão de Empresas, é no meio dos campos que se sente mais realizado, talvez como uma homenagem ao pai, que perdeu quando tinha 6 anos, ou só porque gosta de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. E em Angola, país que o viu crescer e fazer-se homem, investe de forma a contribuir para o seu desenvolvimento económico e social, através das fazendas de gado, arroz e de outros produtos agrícolas. Nunca esquecendo as origens, mantém em todas as herdades, as melhores condições para os trabalhadores, a par com iniciativas que promovem o bem-estar das comunidades envolventes. Para que a cadeia do seu agronegócio seja completa e produtiva existe, para além da agropecuária, o matadouro e uma empresa que vende e repara máquinas e alfaias agrícolas, a Agrozootec.
Agronegócio, feito em Angola
Uma aposta no crescimento da produção Nacional
Fazenda Santo António
Um gigante agrícola
Situada na província do Cuanza-Sul, na localidade de Tari, município de Quibala, a Fazenda de Santo António expande-se por 22 mil hectares, com vários ativos que vão do agronegócio ao turismo, contando com cerca de 600 trabalhadores efetivos, onde se incluem 14 estrangeiros. Sendo considerada uma das maiores do país, na produção de bovinos, suínos e aves, é autossuficiente na maioria dos componentes para as suas rações, através da produção em grande escala de milho e soja.
Completamente mecanizado, este espaço agrícola usa tecnologia de ponta em vários setores, realiza formação contínua aos trabalhadores e detém um exímio controlo de qualidade em todos os produtos desenvolvidos, estando agora a realizar uma experiência com café. E já se projeta a cunicultura, a produção de vacas leiteiras, e uma unidade fabril direcionada à cadeia de valor do leite, ao mesmo tempo que se pensa em lojas próprias, para venda de rações e produtos agroquímicos.
«TUDO O QUE FAZEMOS É PARA DAR DIMENSÃO AO FORNECIMENTO DE CARNE AO PAÍS»
A dirigir este gigante agrícola está José Artur Neves: «Tudo o que fazemos é para dar dimensão ao fornecimento de carne no país; o objetivo é que, num futuro próximo, Angola dependa menos destas importações». A pastar calmamente ou no confinamento para engordar, a Fazenda de Santo António mostra as suas raças predominantes como a brahman, nelore e raças autóctones. A reprodução é realizada pelo método natural, embora a inseminação artificial seja cada vez mais utilizada. Apesar de não se encontrar um número certo, já que, diariamente, nascem animais na maternidade ou nos campos de pastagem e, por sua vez, outros seguem para o matadouro, é admitido que existam três mil cabeças de gado bovino e suíno. Em breve, com a construção dos 28 pavilhões, com capacidade para 30 mil frangos cada, é esperado que a produção destas aves, nesta unidade agropecuária, chegue aos cinco milhões e meio por ano, no mercado nacional.
Mas nesta fazenda também se produz, em grande escala, milho e soja, onde alinhados pivots garantem a rega necessária para que não haja quebras de produção. «É normal ultrapassarmos por ano dois mil hectares de sementeiras, irrigadas, atingindo uma produção de 18 a 20 mil toneladas de milho e cerca de quatro mil de soja. Estes cereais são, na maioria, transformados em produção de ração para suínos e bovinos e, dentro de pouco tempo, vão entrar na ração para frangos», explica o diretor-geral. Porém, também comentou que parte do milho é destinado a produzir fuba, um dos elementos principais da gastronomia angolana, sob a marca Tari. Mas há mais uma revelação indicando que toda a atividade se sustenta quase no todo: «Em setembro de 2019 instalámos uma fábrica de extração de soja que, em bruto, serve também para rações e, refinado, estará, em breve, à venda como óleo alimentar», revela José Artur Neves.
«NESTA FAZENDA TAMBÉM SE PRODUZ, EM GRANDE ESCALA, MILHO E SOJA»
Nesta fazenda, a indústria do turismo está a dar passos importantes já que os bangalôs e um hotel permitem a acomodação de várias pessoas interessadas em conhecer o dia a dia numa fazenda, como sublinha o responsável: «Quem nos visitar pode assistir às sementeiras ou à ceifa, fazer passeios a cavalo ou de barco nos lagos das barragens que construímos, e há também visitas para ver animais selvagens que estão numa reserva de 600 hectares».
A Fazenda de Santo António apadrinha ainda a comunidade envolvente. No âmbito da Responsabilidade Social, já edificou fontes de água potável, uma escola primária, suporta o salário de três professores e fornece todo o material escolar às crianças, e a maior realização foi a instalação de um posto de saúde, com enfermeiro e médico. Porém o mais importante é garantir trabalho de continuidade às pessoas que vivem por perto.
Um gigante agrícola
Situada na província do Cuanza-Sul, na localidade de Tari, município de Quibala, a Fazenda de Santo António expande-se por 22 mil hectares, com vários ativos que vão do agronegócio ao turismo, contando com cerca de 600 trabalhadores efetivos, onde se incluem 14 estrangeiros. Sendo considerada uma das maiores do país, na produção de bovinos, suínos e aves, é autossuficiente na maioria dos componentes para as suas rações, através da produção em grande escala de milho e soja.
Completamente mecanizado, este espaço agrícola usa tecnologia de ponta em vários setores, realiza formação contínua aos trabalhadores e detém um exímio controlo de qualidade em todos os produtos desenvolvidos, estando agora a realizar uma experiência com café. E já se projeta a cunicultura, a produção de vacas leiteiras, e uma unidade fabril direcionada à cadeia de valor do leite, ao mesmo tempo que se pensa em lojas próprias, para venda de rações e produtos agroquímicos.
«TUDO O QUE FAZEMOS É PARA DAR DIMENSÃO AO FORNECIMENTO DE CARNE AO PAÍS»
A dirigir este gigante agrícola está José Artur Neves: «Tudo o que fazemos é para dar dimensão ao fornecimento de carne no país; o objetivo é que, num futuro próximo, Angola dependa menos destas importações». A pastar calmamente ou no confinamento para engordar, a Fazenda de Santo António mostra as suas raças predominantes como a brahman, nelore e raças autóctones. A reprodução é realizada pelo método natural, embora a inseminação artificial seja cada vez mais utilizada. Apesar de não se encontrar um número certo, já que, diariamente, nascem animais na maternidade ou nos campos de pastagem e, por sua vez, outros seguem para o matadouro, é admitido que existam três mil cabeças de gado bovino e suíno. Em breve, com a construção dos 28 pavilhões, com capacidade para 30 mil frangos cada, é esperado que a produção destas aves, nesta unidade agropecuária, chegue aos cinco milhões e meio por ano, no mercado nacional.
Mas nesta fazenda também se produz, em grande escala, milho e soja, onde alinhados pivots garantem a rega necessária para que não haja quebras de produção. «É normal ultrapassarmos por ano dois mil hectares de sementeiras, irrigadas, atingindo uma produção de 18 a 20 mil toneladas de milho e cerca de quatro mil de soja. Estes cereais são, na maioria, transformados em produção de ração para suínos e bovinos e, dentro de pouco tempo, vão entrar na ração para frangos», explica o diretor-geral. Porém, também comentou que parte do milho é destinado a produzir fuba, um dos elementos principais da gastronomia angolana, sob a marca Tari. Mas há mais uma revelação indicando que toda a atividade se sustenta quase no todo: «Em setembro de 2019 instalámos uma fábrica de extração de soja que, em bruto, serve também para rações e, refinado, estará, em breve, à venda como óleo alimentar», revela José Artur Neves.
«NESTA FAZENDA TAMBÉM SE PRODUZ, EM GRANDE ESCALA, MILHO E SOJA»
Nesta fazenda, a indústria do turismo está a dar passos importantes já que os bangalôs e um hotel permitem a acomodação de várias pessoas interessadas em conhecer o dia a dia numa fazenda, como sublinha o responsável: «Quem nos visitar pode assistir às sementeiras ou à ceifa, fazer passeios a cavalo ou de barco nos lagos das barragens que construímos, e há também visitas para ver animais selvagens que estão numa reserva de 600 hectares».
A Fazenda de Santo António apadrinha ainda a comunidade envolvente. No âmbito da Responsabilidade Social, já edificou fontes de água potável, uma escola primária, suporta o salário de três professores e fornece todo o material escolar às crianças, e a maior realização foi a instalação de um posto de saúde, com enfermeiro e médico. Porém o mais importante é garantir trabalho de continuidade às pessoas que vivem por perto.
Fazenda Camicundo Agropecuária
Produzir, descascar e vender
Situada em Camacupa, província do Bié, a Fazenda Camicundo Agropecuária está vocacionada para a produção de arroz, descasque e ensacamento para venda. A comandar todas as operações, está o engenheiro agrónomo, Pedro Marques, que nos revela o processo: «Tudo é mecanizado, a começar pelo nivelamento do terreno, que tem de ficar sem socalcos. Isto é realizado por um sistema de laser, a sementeira é também executada por máquinas, tal como a aplicação de herbicidas e fungicidas e, por fim, a ceifa. A única intervenção humana é na condução das máquinas». Aplainar a terra é talvez o maior segredo da plantação de arroz, já que esta cultura se desenvolve em terreno semiaquático, por isso, muito atrativa para infestantes, e, sendo a linha de água constante, é mais eficaz o seu controlo.
A espécie do cereal utilizada é originária do Brasil e o diretor-geral explica a razão: «A semente do nosso arroz, que é tipo agulha, é uma variedade brasileira que tem tido um excelente melhoramento genético». Esta unidade agroindustrial quer inverter a dependência da importação de arroz, num curto espaço de tempo, e já tem provas de que vai no caminho certo. «Em 2020 cultivámos cerca de 820 hectares e tirámos perto de 6200 toneladas. Para a nova colheita perspetivamos chegar às sete mil, e estamos também a terminar novas áreas, o que fará com que a produção seja maior», destaca Pedro Marques, acrescentando que «estamos a desenvolver uma sementeira e duas colheitas».
«A única intervenção humana é na condução das máquinas»
Em termos de área, a Fazenda Camicundo Agropecuária apresentará em breve dois mil hectares que irão resultar numa safra de 15 mil toneladas de arroz. «Para este trabalho contamos com quatro ou cinco trabalhadores, porque tudo é mecanizado, porém, como estamos a operar numa nova área produtiva, temos agora perto de 80 trabalhadores, a maioria nacionais, embora haja alguns expatriados para trabalhos específicos, como as aplicações de produtos no terreno».
Este cereal começa a ser semeado em agosto, terminando em meados de novembro, no entanto é possível estender até janeiro, e a apanha tem início, por norma, em fevereiro. Mas, durante estes meses, há processos que decorrem ao mesmo tempo, como fertilizar e combater pragas ou outros invasores.
Dos campos avistam-se, ao longe, os grandes silos para armazenamento, indicando que a fábrica está perto, e o engenheiro agrónomo, especialista em arroz, esclarece que «depois da apanha, o cereal vai para um secador, ainda com casca, e, quanto mais se baixar a sua humidade, maior e o tempo de conservação. Depois é armazenado e entra na fábrica, após limpeza, segue para a máquina de descasque e, já sem casca, é branqueado, momento em que é retirado o tegumento – a parte mais nutritiva do arroz que, por norma, serve para farinha –. Depois, é polido, separado por categorias e embalado».
«Estamos a desenvolver uma sementeira e duas colheitas»
Existe nesta fazenda um excedente de casca de arroz, porém com um nobre destino: «Entregamos a casca que sobra nos bairros em redor, porque tem pequenos pedaços, a trinca, que, tal como a farinha, acredito que seja para alimentação e uma parte para venda, gerando uma renda extra. Também é normal doarmos arroz», refere o diretor da fazenda. «Sempre que podemos, ajudamos a comunidade e agora estamos a reabilitar a estrada que vai dar à aldeia do Txinani, já fizemos um campo de futebol e os pequenos cursos de água, resultantes das valas, acabam por ser viveiros de peixes, que podem ser consumidos e que os miúdos vão lá pescar». A água para a rega do arroz é oriunda de valas, primárias e secundárias, onde se encontram diques que servem de proteção às cheias dos rios, mas tal como tudo há sempre um trabalho primário com máquinas para que a água, da vala terciária, mantenha os arrozais alagados.
Produzir, descascar e vender
Situada em Camacupa, província do Bié, a Fazenda Camicundo Agropecuária está vocacionada para a produção de arroz, descasque e ensacamento para venda. A comandar todas as operações, está o engenheiro agrónomo, Pedro Marques, que nos revela o processo: «Tudo é mecanizado, a começar pelo nivelamento do terreno, que tem de ficar sem socalcos. Isto é realizado por um sistema de laser, a sementeira é também executada por máquinas, tal como a aplicação de herbicidas e fungicidas e, por fim, a ceifa. A única intervenção humana é na condução das máquinas». Aplainar a terra é talvez o maior segredo da plantação de arroz, já que esta cultura se desenvolve em terreno semiaquático, por isso, muito atrativa para infestantes, e, sendo a linha de água constante, é mais eficaz o seu controlo.
A espécie do cereal utilizada é originária do Brasil e o diretor-geral explica a razão: «A semente do nosso arroz, que é tipo agulha, é uma variedade brasileira que tem tido um excelente melhoramento genético». Esta unidade agroindustrial quer inverter a dependência da importação de arroz, num curto espaço de tempo, e já tem provas de que vai no caminho certo. «Em 2020 cultivámos cerca de 820 hectares e tirámos perto de 6200 toneladas. Para a nova colheita perspetivamos chegar às sete mil, e estamos também a terminar novas áreas, o que fará com que a produção seja maior», destaca Pedro Marques, acrescentando que «estamos a desenvolver uma sementeira e duas colheitas».
«A única intervenção humana é na condução das máquinas»
Em termos de área, a Fazenda Camicundo Agropecuária apresentará em breve dois mil hectares que irão resultar numa safra de 15 mil toneladas de arroz. «Para este trabalho contamos com quatro ou cinco trabalhadores, porque tudo é mecanizado, porém, como estamos a operar numa nova área produtiva, temos agora perto de 80 trabalhadores, a maioria nacionais, embora haja alguns expatriados para trabalhos específicos, como as aplicações de produtos no terreno».
Este cereal começa a ser semeado em agosto, terminando em meados de novembro, no entanto é possível estender até janeiro, e a apanha tem início, por norma, em fevereiro. Mas, durante estes meses, há processos que decorrem ao mesmo tempo, como fertilizar e combater pragas ou outros invasores.
Dos campos avistam-se, ao longe, os grandes silos para armazenamento, indicando que a fábrica está perto, e o engenheiro agrónomo, especialista em arroz, esclarece que «depois da apanha, o cereal vai para um secador, ainda com casca, e, quanto mais se baixar a sua humidade, maior e o tempo de conservação. Depois é armazenado e entra na fábrica, após limpeza, segue para a máquina de descasque e, já sem casca, é branqueado, momento em que é retirado o tegumento – a parte mais nutritiva do arroz que, por norma, serve para farinha –. Depois, é polido, separado por categorias e embalado».
«Estamos a desenvolver uma sementeira e duas colheitas»
Existe nesta fazenda um excedente de casca de arroz, porém com um nobre destino: «Entregamos a casca que sobra nos bairros em redor, porque tem pequenos pedaços, a trinca, que, tal como a farinha, acredito que seja para alimentação e uma parte para venda, gerando uma renda extra. Também é normal doarmos arroz», refere o diretor da fazenda. «Sempre que podemos, ajudamos a comunidade e agora estamos a reabilitar a estrada que vai dar à aldeia do Txinani, já fizemos um campo de futebol e os pequenos cursos de água, resultantes das valas, acabam por ser viveiros de peixes, que podem ser consumidos e que os miúdos vão lá pescar». A água para a rega do arroz é oriunda de valas, primárias e secundárias, onde se encontram diques que servem de proteção às cheias dos rios, mas tal como tudo há sempre um trabalho primário com máquinas para que a água, da vala terciária, mantenha os arrozais alagados.
Matadouro
Tornar Angola autossustentável em carnes
Situado na província Cuanza Sul, em Porto Aboim, está o matadouro que absorve o gado produzido na Fazenda de Santo António. Este espaço, inaugurado em 2020, mostra que o objetivo, num curto prazo, será a ampliação, projetando-se uma unidade de enchidos. Porém, de momento, como revela José Rodrigues Babel, responsável da unidade, que transforma animais inteiros em pedaços prontos a serem consumidos, a finalidade é levar carne nacional a todo o país: «Temos capacidade para abater diariamente 400 suínos, 180 bovinos e 700 caprinos, mas de momento estamos só a desmanchar 430 animais, por semana, e tudo é para consumo em Angola. Já estamos a chegar ao Lubango e em breve poderemos cobrir o país todo».
«A finalidade é levar carne nacional a todo o país»
Toda a carne é submetida a um rigoroso controlo de qualidade, onde as inspeções veterinárias são constantes, para que o consumidor final se sinta tranquilo, havendo ao mesmo tempo um acondicionamento sem alterações de temperatura até à distribuição, tal como sublinha o encarregado: «Se é para vender congelada, a carne, já desmanchada, fica a menos de 35/40 graus centígrados; depois, é acondicionada em caixas de cartão e vai para câmaras frigoríficas, onde estão também temperaturas negativas; em seguida, é transportada nos camiões que mantêm a congelação; quando é para ser vendida fresca, fica entre os 0 e 2 graus centígrados. Está é, por norma, distribuída em Luanda e Benguela, mas a congelada pode seguir para todo o país».
Para realizar o processo, que vai desde o abate até à entrada da carne nos camiões, o matadouro dispõe de 45 trabalhadores nacionais, sendo o maior empregador da cidade. «Acredito que esta unidade é vista como um bem-maior porque antes não havia nada, as empresas estavam quase todas encerradas e, com a perspetiva de aumentar, a comunidade sabe que vai haver mais postos de trabalho. A formação é realizada aqui, por isso muitos chegam sem experiência e em pouco tempo desenvolvem uma profissão», revela José Babel que, ao longo da sua vida, conta com mais de 40 anos de experiência na indústria transformadora de carne.
«Toda a carne é submetida a um rigoroso controlo de qualidade»
Em breve haverá enchidos fumados, como chouriço, morcela, farinheira e alheira, através de um fumeiro de avançada tecnologia, havendo também a possibilidade de produzir fiambre e salsichas frescas.
Tornar Angola autossustentável em carnes
Situado na província Cuanza Sul, em Porto Aboim, está o matadouro que absorve o gado produzido na Fazenda de Santo António. Este espaço, inaugurado em 2020, mostra que o objetivo, num curto prazo, será a ampliação, projetando-se uma unidade de enchidos. Porém, de momento, como revela José Rodrigues Babel, responsável da unidade, que transforma animais inteiros em pedaços prontos a serem consumidos, a finalidade é levar carne nacional a todo o país: «Temos capacidade para abater diariamente 400 suínos, 180 bovinos e 700 caprinos, mas de momento estamos só a desmanchar 430 animais, por semana, e tudo é para consumo em Angola. Já estamos a chegar ao Lubango e em breve poderemos cobrir o país todo».
«A finalidade é levar carne nacional a todo o país»
Toda a carne é submetida a um rigoroso controlo de qualidade, onde as inspeções veterinárias são constantes, para que o consumidor final se sinta tranquilo, havendo ao mesmo tempo um acondicionamento sem alterações de temperatura até à distribuição, tal como sublinha o encarregado: «Se é para vender congelada, a carne, já desmanchada, fica a menos de 35/40 graus centígrados; depois, é acondicionada em caixas de cartão e vai para câmaras frigoríficas, onde estão também temperaturas negativas; em seguida, é transportada nos camiões que mantêm a congelação; quando é para ser vendida fresca, fica entre os 0 e 2 graus centígrados. Está é, por norma, distribuída em Luanda e Benguela, mas a congelada pode seguir para todo o país».
Para realizar o processo, que vai desde o abate até à entrada da carne nos camiões, o matadouro dispõe de 45 trabalhadores nacionais, sendo o maior empregador da cidade. «Acredito que esta unidade é vista como um bem-maior porque antes não havia nada, as empresas estavam quase todas encerradas e, com a perspetiva de aumentar, a comunidade sabe que vai haver mais postos de trabalho. A formação é realizada aqui, por isso muitos chegam sem experiência e em pouco tempo desenvolvem uma profissão», revela José Babel que, ao longo da sua vida, conta com mais de 40 anos de experiência na indústria transformadora de carne.
«Toda a carne é submetida a um rigoroso controlo de qualidade»
Em breve haverá enchidos fumados, como chouriço, morcela, farinheira e alheira, através de um fumeiro de avançada tecnologia, havendo também a possibilidade de produzir fiambre e salsichas frescas.
Agrozootec
Especializada em maquinaria e alfaias
Criada há 12 anos, em Luanda, a Agrozootec, empresa fornecedora de equipamentos, produtos e serviços para o setor agrícola, nasceu da necessidade de mão de obra especializada no conserto de maquinaria e alfaias, como relembra o seu diretor-geral, José Alexandre Silva: «Notámos que, cada vez mais, havia máquinas paradas nas nossas fazendas, o que resultava num prejuízo enorme e, se conseguíssemos dominar este setor, não haveria quebras de produção. Mas, no mínimo, era uma unidade pequena implementada em 900 metros quadrados».
A empresa cresceu ocupando agora mais de hectare e meio, onde se pode encontrar exposição para venda, oficina de reparações e consultoria, através de uma equipa de profissionais qualificados em encontrar soluções à medida de cada agricultor. «Entre outras representações, líderes nos seus países, evidencio a VALTRA, uma fabricante finlandesa de tratores e já fomos destacados, por três anos consecutivos, como o melhor distribuidor, desta marca em África. Temos tratores que vão desde os 50 até aos 550 cv», revela o gestor da empresa que também detém uma pequena indústria onde se realizam as montagens dos equipamentos, já que tudo chega a Angola em caixas e, tal como um puzzle, tem de ser construído. Pelo facto de representarem empresas internacionais é obrigatório cumprir os objetivos de cada uma. Para além das vendas e do serviço pós-venda, existe a formação periódica, dos colaboradores nacionais, realizada por técnicos internacionais especializados: «No setor dos tratores existe uma formação mensal, porque as máquinas estão ligadas em rede e assim podem comunicar entre todos. Sempre que aparece uma situação nova podem enviar fotos e um especialista entra no sistema através do teamviewer, programa para acesso remoto, e consegue descodificar e solucionar situações menos comuns que aparecem no dia a dia», refere o diretor-geral.
«Na Agrozootec, todos os trabalhadores estão aptos para trabalhar em qualquer setor»
Na Agrozootec, todos os trabalhadores estão aptos para operar em qualquer setor, já que são motivados para tal, e muitos têm também a oportunidade de efetuar formação no exterior: «Mesmo que os nossos colaboradores viagem ao exterior, nós preferimos que os formadores venham a Angola, porque a nossa realidade é diferente e também atingem mais trabalhadores de uma vez só. Independentemente do modelo de aprendizagem, todos aqui se sentem valorizados», declara José Alexandre Silva.
A partir de 2002, muitas pessoas procuraram as províncias mais férteis para iniciarem os seus agronegócios, e Angola voltou a ver grandes fazendas de pecuária e culturas de várias espécies, acabando por alavancar outros pequenos projetos agrícolas. Neste sentido, um dos grandes objetivos da empresa é ajudar o país a encontrar soluções para que a agricultura seja desenvolvida em grande escala. Porém, os pequenos agricultores também têm respostas, como explicou José Alexandre Silva: «Temos no setor comercial da Agrozootec uma grande visão sobre o que é a agricultura, muitas vezes, os agricultores vêm comprar um equipamento, mas acabam por levar outro, porque são aconselhados pelos nossos técnicos sobre o que é melhor para o que pretendem produzir. A nossa máxima diz tudo: mais do que vender, servimos o cliente. Se não pensarmos assim, o nosso negócio não pode existir, ou então somos mais um no mercado».
«Mais do que vender, servimos o cliente»
A Agrozootec é uma empresa que estabelece relações com todos os parceiros de negócio ultrapassando o que é comercial, revelando uma oferta íntegra em equipamentos e serviços, sendo capaz de chegar a todos os agricultores desde os pequenos aos grandes fazendeiros e oferecendo uma vasta gama de soluções e maquinaria, que vai desde o tratamento da terra para plantio até à colheita.
Especializada em maquinaria e alfaias
Criada há 12 anos, em Luanda, a Agrozootec, empresa fornecedora de equipamentos, produtos e serviços para o setor agrícola, nasceu da necessidade de mão de obra especializada no conserto de maquinaria e alfaias, como relembra o seu diretor-geral, José Alexandre Silva: «Notámos que, cada vez mais, havia máquinas paradas nas nossas fazendas, o que resultava num prejuízo enorme e, se conseguíssemos dominar este setor, não haveria quebras de produção. Mas, no mínimo, era uma unidade pequena implementada em 900 metros quadrados».
A empresa cresceu ocupando agora mais de hectare e meio, onde se pode encontrar exposição para venda, oficina de reparações e consultoria, através de uma equipa de profissionais qualificados em encontrar soluções à medida de cada agricultor. «Entre outras representações, líderes nos seus países, evidencio a VALTRA, uma fabricante finlandesa de tratores e já fomos destacados, por três anos consecutivos, como o melhor distribuidor, desta marca em África. Temos tratores que vão desde os 50 até aos 550 cv», revela o gestor da empresa que também detém uma pequena indústria onde se realizam as montagens dos equipamentos, já que tudo chega a Angola em caixas e, tal como um puzzle, tem de ser construído. Pelo facto de representarem empresas internacionais é obrigatório cumprir os objetivos de cada uma. Para além das vendas e do serviço pós-venda, existe a formação periódica, dos colaboradores nacionais, realizada por técnicos internacionais especializados: «No setor dos tratores existe uma formação mensal, porque as máquinas estão ligadas em rede e assim podem comunicar entre todos. Sempre que aparece uma situação nova podem enviar fotos e um especialista entra no sistema através do teamviewer, programa para acesso remoto, e consegue descodificar e solucionar situações menos comuns que aparecem no dia a dia», refere o diretor-geral.
«Na Agrozootec, todos os trabalhadores estão aptos para trabalhar em qualquer setor»
Na Agrozootec, todos os trabalhadores estão aptos para operar em qualquer setor, já que são motivados para tal, e muitos têm também a oportunidade de efetuar formação no exterior: «Mesmo que os nossos colaboradores viagem ao exterior, nós preferimos que os formadores venham a Angola, porque a nossa realidade é diferente e também atingem mais trabalhadores de uma vez só. Independentemente do modelo de aprendizagem, todos aqui se sentem valorizados», declara José Alexandre Silva.
A partir de 2002, muitas pessoas procuraram as províncias mais férteis para iniciarem os seus agronegócios, e Angola voltou a ver grandes fazendas de pecuária e culturas de várias espécies, acabando por alavancar outros pequenos projetos agrícolas. Neste sentido, um dos grandes objetivos da empresa é ajudar o país a encontrar soluções para que a agricultura seja desenvolvida em grande escala. Porém, os pequenos agricultores também têm respostas, como explicou José Alexandre Silva: «Temos no setor comercial da Agrozootec uma grande visão sobre o que é a agricultura, muitas vezes, os agricultores vêm comprar um equipamento, mas acabam por levar outro, porque são aconselhados pelos nossos técnicos sobre o que é melhor para o que pretendem produzir. A nossa máxima diz tudo: mais do que vender, servimos o cliente. Se não pensarmos assim, o nosso negócio não pode existir, ou então somos mais um no mercado».
«Mais do que vender, servimos o cliente»
A Agrozootec é uma empresa que estabelece relações com todos os parceiros de negócio ultrapassando o que é comercial, revelando uma oferta íntegra em equipamentos e serviços, sendo capaz de chegar a todos os agricultores desde os pequenos aos grandes fazendeiros e oferecendo uma vasta gama de soluções e maquinaria, que vai desde o tratamento da terra para plantio até à colheita.