A voz melódica deu lugar à icónica Luanda, Meu Semba. O espírito inconformado, à carreira de advogado. Na verdade, as duas paixões não precisam de ser separadas por pontos finais, já que Manuel Gonçalves admite conjugar as duas áreas de forma complementar na sua vida. Durante algum tempo, o público conheceu-o como defensor dos interesses dos cidadãos, mas mal sabia que a música foi sempre a sua melhor companhia, desde tenra idade. Né, assim conhecido pelo público, canta hoje a memória coletiva de Angola, como uma beleza rara, difícil de encontrar. Em simultâneo, baseia-se em leis para tornar o país mais livre e equitativo. Uma fusão inspiradora, que o torna não só gestor das duas carreiras, mas maestro da sua própria vida.
É advogado de formação, mas músico de coração. Como é que áreas tão distintas se cruzaram na sua vida?
A música apareceu quando tinha 7 anos, pelo que tive a minha primeira banda musical aos 9. Mais tarde, surgiu o direito e a advocacia e, neste seguimento, a condenação à conciliação, porque é impossível desfazer-me da veia musical que me corre no corpo. Hoje lido, por isso, com áreas distintas mas que partilham características comuns, já que ambas vivem da criatividade, disciplina e intensidade. Posso dizer que a música é a fonte de equilíbrio perante as exigências de uma profissão independente, mas bastante laboriosa e pressionada, condicionada por fatores institucionais externos que, inesperadamente, impõem uma multiplicidade de atos a praticar, em prazos muitas vezes sobrepostos.
A advocacia é uma profissão chave para o funcionamento da sociedade. Como se encontra o ramo em Angola?
Atualmente, o exercício da advocacia é condicionado pelo ambiente de negócios, o grau de maturidade da implantação do estado democrático de direito e a qualidade do funcionamento das instituições administrativas e do sistema judiciário, mais especificamente, pelo modo como estes fatores impactam os direitos e interesses dos cidadãos e investidores do país. Daqui, decorrem os desafios e vicissitudes que os advogados globalmente enfrentam no seu dia a dia.
Já passou por tantas empresas como cargos. Foi, inclusive, o primeiro bastonário da Ordem dos Advogados de Angola. Qual é o papel atual da instituição no país?
A Ordem dos Advogados de Angola continua a desenvolver uma atuação digna, assumindo um papel crucial na sociedade. É um dos maiores exemplos de democracia participativa, com eleições regulares que asseguram legitimidade institucional, encontrando-se a classe unida sob a liderança do Luís Paulo Monteiro. Combinar autorregulação profissional com a defesa dos valores do estado democrático de direito é uma das maiores virtudes do bastonário, destacando-se a ação para melhorar o ordenamento jurídico e a criação do ambiente crescentemente favorável à consultoria, à representação e ao patrocínio de causas. De igual modo, saliento a promoção da arbitragem, enquanto alternativa para a resolução extrajudicial de litígios comerciais e patrimoniais, e, ainda, a fiscalização da constitucionalidade das leis, esforço que, na prática, tem-se revelado eficaz, conquistando-se a alteração de leis em matérias bastante sensíveis.
«Advocacia é uma profissão cada vez mais reconhecida»
É advogado de formação, mas músico de coração. Como é que áreas tão distintas se cruzaram na sua vida?
A música apareceu quando tinha 7 anos, pelo que tive a minha primeira banda musical aos 9. Mais tarde, surgiu o direito e a advocacia e, neste seguimento, a condenação à conciliação, porque é impossível desfazer-me da veia musical que me corre no corpo. Hoje lido, por isso, com áreas distintas mas que partilham características comuns, já que ambas vivem da criatividade, disciplina e intensidade. Posso dizer que a música é a fonte de equilíbrio perante as exigências de uma profissão independente, mas bastante laboriosa e pressionada, condicionada por fatores institucionais externos que, inesperadamente, impõem uma multiplicidade de atos a praticar, em prazos muitas vezes sobrepostos.
A advocacia é uma profissão chave para o funcionamento da sociedade. Como se encontra o ramo em Angola?
Atualmente, o exercício da advocacia é condicionado pelo ambiente de negócios, o grau de maturidade da implantação do estado democrático de direito e a qualidade do funcionamento das instituições administrativas e do sistema judiciário, mais especificamente, pelo modo como estes fatores impactam os direitos e interesses dos cidadãos e investidores do país. Daqui, decorrem os desafios e vicissitudes que os advogados globalmente enfrentam no seu dia a dia.
Já passou por tantas empresas como cargos. Foi, inclusive, o primeiro bastonário da Ordem dos Advogados de Angola. Qual é o papel atual da instituição no país?
A Ordem dos Advogados de Angola continua a desenvolver uma atuação digna, assumindo um papel crucial na sociedade. É um dos maiores exemplos de democracia participativa, com eleições regulares que asseguram legitimidade institucional, encontrando-se a classe unida sob a liderança do Luís Paulo Monteiro. Combinar autorregulação profissional com a defesa dos valores do estado democrático de direito é uma das maiores virtudes do bastonário, destacando-se a ação para melhorar o ordenamento jurídico e a criação do ambiente crescentemente favorável à consultoria, à representação e ao patrocínio de causas. De igual modo, saliento a promoção da arbitragem, enquanto alternativa para a resolução extrajudicial de litígios comerciais e patrimoniais, e, ainda, a fiscalização da constitucionalidade das leis, esforço que, na prática, tem-se revelado eficaz, conquistando-se a alteração de leis em matérias bastante sensíveis.
«Advocacia é uma profissão cada vez mais reconhecida»