Power2Build

A ânsia de impactar a sociedade esteve sempre presente, mas foi a paixão pela inovação que conduziu Ricardo Almeida à Power2Build. A indústria da construção tem vindo a presenciar o nascer de um novo paradigma, a partir de um projeto angolano que desenvolve soluções para combater a crise habitacional e, em simultâneo, garante obras sustentáveis e a construção de cidades amigas do ambiente. O futuro passa por aqui. Moradias sustentáveis e a baixo custo são necessidades crescentes em Angola, mas que a oferta tradicional não tem vindo a conseguir acompanhar, quer em custo ou celeridade. É neste contexto que surge a Power2Build, a empresa tecnológica que veio introduzir em África a impressão 3D em betão, um método de construção vanguardista que imprime estruturas de modo mais económico, rápido e economicamente mais acessível. «Este projeto cruzou-se na minha vida no momento certo, permitindo-me aliar o meu background em engenharia e gestão ao potencial transformador da impressão 3D, liderando uma empresa que tem a possibilidade única de melhorar, em muito, o panorama habitacional de Angola», revela Ricardo, o PCA e CEO da empresa. A equipa que imprime sonhos é composta por 26 colaboradores, de entre os quais engenheiros, arquitetos e técnicos de construção. A capacitação contínua, com programas de formação e oportunidades de crescimento profissional, e a possibilidade de fazer a diferença num país com potencial acérrimo são motivos apontados por Ricardo Almeida na hora de motivar a sua equipa. De facto, ser pioneiro na construção da primeira casa impressa em 3D em África com betão convencional é uma conquista, olhando às condições locais e à dificuldade em adaptar a tecnologia. Para tornar o projeto exequível foi necessário «criar uma receita que permitisse produzir betão imprimível e feito em obra, já que o betão seco, material usado até aí na indústria de construção 3D, nem sequer era produzido em Angola», explica.

Pioneira na construção da primeira casa impressa em 3D em África

O processo parece simples, mas é a inovação que o faz ter essa aparência. O método de construção centra-se numa máquina de impressão, que deposita camadas sucessivas de material, devidamente preparado para o clima angolano. Linha após linha, deposita-se o betão, até se alcançar a altura do teto. Ao longo de cada etapa, são realizados testes extensivos para assegurar a integridade estrutural e a longevidade da construção. Entre a obra tradicional e a impressão 3D existem diferenças ao nível da eficiência e sustentabilidade. Através desta nova tecnologia é possível materializar designs mais complexos e personalizados, além de reduzir o tempo de construção, os custos laborais e o desperdício do material.
A Power2Build chega ao mercado com uma economia de custos mais apelativa e com o trunfo de possibilitar a redução da emissão de CO2. A versatilidade da tecnologia permite a capacidade de resposta a vários projetos, desde moradias residenciais e armazéns a centros de saúde e infraestruturas públicas. «O nosso objetivo é não só revolucionar a indústria da construção, mas também contribuir para o desenvolvimento socioeconómico de Angola, melhorando a qualidade de vida e acessibilidade à habitação para as populações mais necessitadas», complementa o empresário. Neste momento, a Power2Build tem vários projetos residenciais e comerciais pelo país. O primeiro condomínio familiar impresso em 3D está quase finalizado e as infraestruturas públicas e habitações estão em fase de desenvolvimento. A necessidade de acompanhar a evolução dos tempos é constante, pelo que a tecnologia já tem vindo a ser reforçada com a aquisição de uma nova impressora 3D de última geração, até ao momento a maior do mundo em funções. Já o futuro está a ser programado do ponto de vista da expansão, nomeadamente para países da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e outras regiões.
«Como se imagina daqui a dez anos?», questionamos Ricardo Almeida. A resposta não surpreende quando menciona a intenção de assumir uma posição de liderança do mercado com a Power2Build. Mas a missão? Essa será sempre a mesma, a de permitir acesso a uma habitação digna a todos e cada um.